sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Literatura do Cordel Como Ferramenta de Trabalho e Inclusão Social

 Apresentação:
O trabalho com o cordel além de ser uma ferramenta de trabalho social que incluem os sujeitos na sociedade, possibilita o desenvolvimento de atitudes inclusivas no meio social de forma dinâmica e criativa, na medida em que favorece a expressão de pensamentos livres e pensamentos críticos.

Introdução
A história da literatura de cordel começa com o romanceiro do Renascimento, quando se iniciou impressão e relatos tradicionalmente orais feito pelos trovadores medievais, e desenvolveu-se  até a Idade Contemporânea. O nome cordel esta ligado forma a forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, chamados de cordéis. Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as de auditório de Gil Vicente (1465-1536). Foram os portugueses  que introduziram o cordel no Brasil desde o início da colonização.

Evolução no Brasil
Na metade do século XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com suas características próprias. Os temas incluem fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas, temas religiosos, entre muitos outros. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado. Não há limite para a criação de temas dos folhetos. Praticamente todo e qualquer assunto pode virar cordel nas mãos de um poeta competente.        
No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do nordeste, sobre tudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumavam ser vendido em mercados e feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas
O grande mestre de Pombal, Leandro Gomes de Barros, que nos emprestou a régua e compasso para a produção da literatura de cordel, foi de extrema sinceridade quando afirmou na peleja de Riachão com o Diabo, escrita e editada em 1899: “ Esta peleja que fiz não foi por mim inventada, um velho daquela época a tem ainda gravada minhas aqui são as rimas exceto elas, mais nada”.                 
Oriunda de Portugal, a literatura de cordel chegou no balaio e no coração dos nossos colonizadores, instalando-se na Bahia e mais precisamente em Salvador . Dali se irradiou para os demais estados do nordeste. A pergunta que mais inquieta e intriga os nossos pesquisadores é “Por que exatamente no nordeste?”.                                                                                                    

A resposta não esta distante do raciocínio livre nem dos domínios da razão. Como é sabida, a primeira capital da nação foi Salvador, ponte de convergência natural de todas as culturas, permanecendo assim até 1763, quando foi transferida para o Rio de Janeiro.
Na indagação dos pesquisadores, no entanto há lógica, porque os poetas da bancada ou de gabinete, como ficaram conhecidos os autores da literatura de cordel, demoraram a emergir do seio bom da terra de Natal. 
Mais tarde, por volta 1750 e que apareceram os primeiros vates da literatura de cordel oral. Engatinhando e sem nome, depois de relativo longo período, a literatura de cordel recebeu o batismo de poesia popular.
Foram esses bardos do improviso os precursores da literatura de cordel escrita. Os registros são muito vagos, sem consistência confiável, de repentistas ou violeiros  antes de Manoel Riachão ou Mergulhão, mas Leandro Gomes de Barros, nascido no dia 19 de novembro de 1865, teria escrito a peleja de Manoel Riachão com o Diabo, em fins do século passado.    
Sua afirmação, na última estrofe desta peleja é um rico documento, pois evidencia a não contemporaneidade do Riachão com o reis dos autores da literatura de cordel. Ele nos da um amplo sentido de longa distância ao afirmar. “Um velho daquela época a tem ainda gravada.
Os poetas Leandro Gomes de Barros (1865-1918) e João Martins de Athayde (1880-1959) estão entre os primeiros autores do passado. Carlos Drummond de Andrade, reconhecido como um dos maiores poetas brasileiro do século XX, assim definiu, certa feita, a literatura de cordel: “A poesia de cordel é uma das manifestações mais puras dos espírito inventivo, do senso de humor e da capacidade critica do povo brasileiro, em suas camadas modestas do interior. O poeta cordelista exprime com felicidade aquilo que seus companheiros de vida e de classe econômica sentem realmente. A espontaneidade e graça dessa criações fazem com que o leitor urbano, mais sofisticado, lhes dedique interesse despertando ainda a pesquisa e analise de eruditos universitários. É esta, pois, uma poesia de confraternização social que alcança uma grande área sensibilidade”.
A literatura de cordel apresenta vários aspectos interessantes e dignos de  destaque.                                                                                                                
1. As suas gravuras, chamadas xilogravuras, representam um importante espolio imaginário popular;
2. Pelo fato de funcionar como divulgadora da arte do cotidiano, das tradições populares e dos autores locais, a literatura de cordel é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a perpetuação do folclore brasileiro.
3. Pelo fato de poderem ser lidas em sessões públicas e de atingirem um numero elevado de exemplares distribuídos, ajudam na disseminação de hábitos de leitura e lutam contra o analfabetismo;

4. A tipologia de assuntos que cobrem, critica social e política e textos de opinião, elevam a literatura de cordel ao estandarte de obras de teor didático e educativo.

Objetivo Geral
Ampliar o conhecimento dos educandos quanto a leitura e a escrita explorando diferentes caminhos para a formação de leitores .

Objetivos Específicos
1. Ler e apresentar oralmente diferentes tipos de textos.
2. Incentivar o gosto pelos diferentes tipos de leitura.
3. Mostrar os valores culturais existentes na literatura de cordel.
4. Valorizar a cultura popular e suas diferentes manifestações existentes na comunidade e na própria escola (alunos, professores, núcleo gestor).
5. Divulgar, na escola, obras dos grandes escritores da literatura de cordel, tais como: Patativa do Assaré, Leandro Gomes de Barros, Alberto Porfírio, Cego Aderaldo, Arievaldo Viana, etc.
6. Desenvolver a capacidade de refletir sobre os aspectos específicos de cada tipologia textual.
7. Contribuir para o desenvolvimento da oralidade dos educandos.
8. Desenvolver a competência comunicativa através de dramatizações de obras literárias.
9. Produzir livretos, fazendo o uso dos conhecimentos adquiridos durante o projeto.

Justificativa
Sabe-se que o contexto educacional, desde os tempos mais remotos, vem sempre relutando em relação ao ensino – aprendizagem, ou seja constante mudanças em prol da aprendizagem, porem ainda a de melhorar eis o que o aluno de hoje não tem capacidade de interpretar ou discutir o que esta lendo e de que se trata o texto.  
Diante desta questão e considerando o “ contexto educacional”; esse trabalho tem como justificativa reconhecer a diversidade cultural e  lingüística do pais.
A literatura de cordel não é muito conhecida nem explorada, devido essa percepção  a respeito  da falta de divulgação e conhecimento sobre literatura de cordel na salas de aula, tornou-se necessário eu os alunos conheçam a riqueza que existe nos versos da literatura de cordel que possam produzir textos, enriquecer como leitor e conhecer uma das mais ricas manifestações da língua.

Metodologia
Propor aos alunos uma oficina de literatura, utilizando o cordel, como estudo.
Estudar o cordel, a origem, a historia, a métrica.
Desenvolver um projeto “resgatando o cordel” para ser apresentado em sala de aula.                                                                                                           
Assistir vídeos onde a linguagem utilizada seja em forma de cordel.                                
Utilizar o filme “O alto da compadecida” inspirado no cordel de Ariano Suassuna, onde mostra a linguagem do cordel, narrativa estrutura em versos e rimas e assim desenvolver o interesse do aluno sobre a linguagem cordelista.                                                                                                                         
Aproveitar o teor do filme para fazer uma roda de discussão enfocando questões com seca, condições de trabalho no campo, diferença social, as crenças populares, a religiosidade do sertanejo, o mito, o lendário e vinculação de criticas sociais e políticas.

Duração do projeto
O projeto deverá ser trabalhado durante todo o ano letivo, dando oportunidade de participação a todos os alunos do Ensino Fundamental que apresentar dificuldade de leitura e escrita.

Atividades realizadas
Seminário sobre cultura popular                                                                                               
Oficina de leitura de cordéis                                                                                              
Oficina de produção de textos     
Oficina de carimbos confeccionados em sabão                                                                   
Oficina de desenhos e ilustrações
Digitação de textos no laboratório de informática                                                                                           
Leitura de textos literários                                                                                                 
Atividades de produção e confecção de cordéis                                                          
Exposição do livro produzido pelos alunos para os colegas da comunidade escolar

Procedimento do professor
Orientar os educandos para as atividades de leitura e escrita.  
Incentivo e indicação de livros e autores    
Questionamentos sobre as obras de literatura de cordel na atualidade.                          
Socialização valorização das produções feitas pelos alunos     
Elogiar os trabalhos apresentados sugerindo o que deve ser  melhorado.
Proporcionar momentos extra classe para apresentação e divulgação dos trabalhos realizados em sala. 
Buscar parceria e apoio dos demais professores para o desenvolvimento das atividades

Recursos necessários
Humanos                                                                                                             
Ampliação da carga horária do professor responsável pelo projeto                                                              
Alunos do ensino fundamental                                                                                       
Colaboração dos demais professores, núcleo gestor, funcionários  Físicos 
Sala de aula   
Laboratório de Informática                                                                                       
Sala de vídeo                                                                 
Biblioteca
Materiais                                                                                                                         
Livros didáticos            
Livros de literatura de cordel                                                                                                         
Sabão 
Papel canson A4
Lápis de cor     
Lápis preto                                                                                                               
Borrachas
CD´s        
Encadernação
Papel oficio A4
Tinta para Impressora
Giz de cera                                                                                                    
Revelação de fotos

Avaliação
A avaliação será feita semanalmente, através das apresentações orais e escritas. Também serão levados em conta o interesse e a participação dos alunos nas diversas atividades realizadas.

Fotos do Projeto   













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